domingo, 12 de dezembro de 2010

Eu nunca escolho a melhor opção, ou a certa, mas minha mãe sempre disse que o vem fácil, vai fácil, por isso eu sempre acabo optando pelo pior, e mais difícil.
A um tempo atrás eu optava sempre pela razão, deixando minhas emoções de lado, para fazer o que era certo e prevenir que eu me magoasse mais tarde, e deu certo, durante um bom tempo eu fui fria e calculista, mas eu deveria desconfiar que uma hora, fosse ela mais cedo, ou mais tarde, as coisas iriam mudar, e de uns tempos para cá - precisamente, - um pouco mais de um ano - eu me deparei frente a frente com o amor, de verdade, em pele, osso, e emoção. Então nós dois tivemos uma conversa, no intimo, no meu intimo.
Ele me disse: Vais continuar agindo como se não houvesse sentimento dentro de você?
E eu respondi: Sim, irei, da última vez que eu deixei você falar mais alto, eu quase morri, de tanto sofrer.
Então ele retrucou uma resposta, como se soubesse o que eu iria falar: Mas isso faz tanto tempo, você continuará sendo assim, pelo resto da sua vida?
E eu respondi rápido, e sem nem pensar direito: Sim, porque assim eu não sofro, então não morrerei por causa de teus excessos.
E então ele disse algo, que nunca mais saiu da minha mente: Quando você menos esperar, as coisas dentro de você irão mudar, e você vai amadurecer, se apaixonará, e alguém fará com você o mesmo que estás fazendo ao próximo.
De repente mais alguém entrou na conversa, e aquela voz me era familiar, porque era a mesma voz que sempre dizia: Você esqueceu, tudo que este sentimento lhe fez? Se deixa-lo imperar, vai se magoar outra vez. Era a voz da razão.
Foi então que o amor, e a razão encenaram uma pequena discussão, e eu me protegi atrás da razão.
E o amor sussurrou: Guarde minhas palavras.
Desde aquele dia, nunca mais tive um encontro com a razão, e muito menos ouvi seus conselhos.
Foi então que deixei me levar pela emoção...
E como o amor havia previsto, eu mudei, amadureci, instantanêamente, várias foram as tentativas de tentar socorrer o meu antigo eu, mas quando eu podia me dar conta, estava agindo como uma nova pessoa.
E em suas previsões, ele não errou uma sequer. Eu estava perdidamente apaixonada, mas não por qualquer pessoa, mas pela mesma pessoa, de um pouco mais de um ano atrás, que eu havia abandonado por deixar a razão falar mais alto. Por várias noites aos prantos, banhada com as lágrimas do sentimento, eu supliquei que a razão voltasse a minha cabeça, e me desse coragem para deixar tudo para trás, só que quando o dia raiava, la estava eu, correndo atrás dele, como as tartarugas correm pro mar, quando estão recém nascidas.
E por longos meses, todas as tentativas foram inúteis.E na última noite, quando eu estava prestes a desistir de tudo, abandonar tudo, gritei pelo último nome, que eu imaginaria suplicar um dia. O amor.
E ele paciente, e acolhedor veio até mim, e me abraçou.
Então eu perguntei: Que maldição foi esta que você jogou sobre mim? Porque? não está cansado de me ver sofrer?
E ele respondeu: Esta é uma maldição que todas as pessoas irão um dia ter que pagar, e tentar engana-la, é o seu pior erro, é a minha maldição, a maldição do amor.
E eu disse: Não estou pronta pra sofrer mais uma vez.
E ele respondeu, calmamente: Só iras sofrer, se optar pelas escolhas erradas outra vez.
E eu perguntei: Você me daria outra chance?
E ele disse: Mas é claro, agora vá em frente, e siga seu coração.
E numa névoa cor de cereja, ele se foi.
Segui meu coração, e desabafei, disse tudo que era pra ter tido a muito tempo, em busca da minha segunda chance, e assim como eu morri de amor, e continuei vivendo, minhas esperanças também não se esgotarão.

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